Fundação da Sociedade EspíritaA Caminho da Luz” - Breve  Histórico

      Aos trinta dias do mês de Abril do ano de 1944, à Rua Tenente Coronel Brito, Nº 299, na cidade de Santa Cruz do Sul, RS, reuniu-se a Assembléia Geral dos organizadores de uma Sociedade Espírita, para o fim especial da fundação da mesma, estudo e aprovação dos Estatutos, escolha do nome porque a mesma será reconhecida e eleição da respectiva Diretoria e Conselho Fiscal.

      Iniciados os trabalhos às 15:00h, foi feita pelo irmão Benildo Leal de Moraes, uma pequena explanação, do que seria esta Sociedade Espírita, sendo logo submetido a estudo e aprovação o projeto dos Estatutos que foram aceitos, com pequenas retificações e alguns acréscimos.

      A seguir, foi posto em votação o nome que seria dado a Sociedade Espírita, sendo aprovado por maioria o seguinte: - “A Caminho da Luz”.

      Em continuação, foi eleita a seguinte Diretoria e Conselho Fiscal, por aclamação:

      * Presidente: Benildo Leal de Moraes;

      * Vice-Presidente: Jorge Teixeira;

      * 1º Secretário: Omar B. Schilling;

      * 2º Secretário: Elisa Gil Borowsky;

      * 1º Tesoureiro: João Carlos Meurer;

      * 2º Tesoureiro: Alice Borowsky Neumann;

      * Bibliotecário: Paulo Romeo Schilling.

      * Conselho Fiscal: Ruben Borowsky, Oscar Carlos Trarbach e Vicente Brasil Farias.

      Estiveram também presentes na reunião: Romilda Costa Karnel, João A. das Chagas, Julieta Loureiro Schilling, Maria Sontag Von Borowsky, Waleska Schilling, Luiz Milton Lis, Reinaldo Jacobus, Ervino Jauer, Idalina Rodrigues Lara, Adel da Cunha, Esteliano R. Belmiro Maria, Josi Alves, Juvenal Maciel, Maria Fea Lis, Victor A. Hart, Aurélio Bandeira, Manoel Antonio de Freitas, Reinaldo Luiz da Silva, Santos Charão e Damasio Freitas.

      Através da médium Julieta Schilling, em mensagem recebida na reunião mediúnica, foram informados que o Espírito Protetor da nova sociedade espírita era Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Posteriormente, cuidaram do registro da Sociedade Espírita, bem como das providências a tomar para compra dos móveis, após verificação dos dados da tesouraria. A seguir, organizaram a inauguração pública, que ficou marcada para o dia 19 de Julho de 1944. Nesta oportunidade, com a presença de todos os membros da Diretoria e a maioria dos sócios, o presidente Benildo Leal de Moraes, discorreu sobre o tema “A marcha espiritual da humanidade e sua evolução religiosa”, explicando sobre os fatos e religiões desde os primórdios da humanidade e sobre o fundamento histórico, científico, filosófico, moral, religioso do Espiritismo e sua finalidade.

      Omar Schilling, em 11 de Agosto de 1944, responsabilizou-se pelo desenho de uma Placa para a Sociedade Espírita, que após ser apresentado, foi aprovado, sendo prontamente confeccionada pelo referido irmão. Na reunião de Diretoria do dia 03 de Outubro de 1944, o irmão João A. das Chagas, em poucas palavras, faz um apelo para se organizar uma caixa de donativos, para empregar em benefício de pessoas sem recursos materiais, a ser distribuído na data em que se comemora o Natal, sendo esta idéia muito bem acolhida e aprovada pelos presentes.

      Prosseguiam os estudos de “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, “O Livro dos Médiuns”... e todos os poucos trabalhadores, reunidos como um feixe de varas, em constante vigilância e oração, solicitavam ao Alto, aos Espíritos Amigos, que dessem aos dirigentes da nova sociedade espírita, muitas luzes e bênçãos, para prosseguirem e caminharem sempre “A Caminho da Luz”.

- Estes dados foram coletados nos Cadernos de Atas, redigidos a punho pelos próprios trabalhadores responsáveis, entre os quais, Elisa Gil Borowsky e que se encontram arquivados.

      Abaixo segue relação de datas comemorativas. No Regimento Interno, Cap V – Diretoria de Trabalhos Públicos Doutrinários – Art. 44 – As Datas Comemorativas da Soc. Esp. “A Caminho da Luz”, são:

  1. 31/Março – Desencarne Allan Kardec (1869).
  2. 11/Abril – Desencarne do Patrono Espiritual da Soc. Esp. “A Caminho da Luz” – Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1900).
  3. 18/Abril – Dia da Publicação e Lançamento de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec (1857) – Dia Nacional do Espiritismo.
  4. 30/Abril – Aniversário de Fundação da Soc. Esp. “A Caminho da Luz” (1944).
  5. 29/Agosto – Nascimento do Patrono Espiritual da Soc. Esp. “A Caminho da Luz” – Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831).
  6. 03/Outubro – Nascimento de Allan Kardec (1804).

 

     HISTÓRICO  DA  FEIRA  DO  DOCE

     Recordações são preciosidades e nós as temos em abundância.

     Jamais poderemos esquecer daquelas tardes em dias longínquos, quando todas as senhoras trabalhadoras voluntárias da Sociedade Espírita “À Caminho da Luz” reuniam-se na cozinha – sala enorme no fundo da casa nova – com a finalidade de comemorar o encerramento dos bimestres de trabalho e o aniversário de todas que ali se encontravam sempre presentes.

     Nesta hora, desembrulhamos e tiramos o pó dessas recordações e vemos que os anos não lhes macularam a beleza.

     Estas damas venerandas tinham também, todas elas, as suas especialidades culinárias, que considerávamos verdadeiras obras de arte.

     Na impossibilidade de citar todas, destacamos algumas destas belas maravilhas, criadas e ofertadas com amor, que obraram milagres no coração de todos aqueles que as degustaram e estamos prontos a dizer que estas delícias, fora o trabalho de um anjo-do-senhor.

     Havia Nair Teixeira, esposa de Jorge Teixeira - um dos fundadores da “À Caminho da Luz”-exímia doceira com mãos de fada. Todos diziam: - “Dê um sabugo de milho para Nair e ela o transforma em doce.” Nair, qual anjo-do-senhor, criava-confeccionava tortas divinas, docinhos os mais variados, salgados, bolos, cucas e guloseimas... que inundavam de alegria os corações de todos aqueles que tinham a felicidade de saboreá-las. Certa feita, a filha pequena de um trabalhador visitando-a, envolveu-a num afetuoso abraço, exclamando com espontaneidade: - “Dona Nair, que saudades dos seus docinhos !”

     Já o pão-de-ló da altura de muitas polegadas, leve como uma pluma, era a especialidade de Celita Leão. Mas além deste quitute, Celita esbanjava talento através das broas-de-milho, dos pãezinhos-de-mel, dos mais variados salgadinhos, dos pães deliciosos e dos bolos artísticos ricamente decorados, presentes nos casamentos e festividades em geral.

     A artista que fazia molhadinhas e temperadas pizzas, era Wilma Petterson.

     O pudim macio como o rosto dum bebê, era a contribuição de Neuza Frantz.

     A cuca especial com muitas especiarias, era o triunfo de Maria Henriqueta Fabra.

     A genuína essência de groselha, usada na confecção dos refrescos deliciosos, era o talento de Ilma Tatsch.

     Os pacotinhos feitos de celofane transparente, amarrados com fitas vermelhas, contendo os genuínos macrons, eram doados por Maria Antonieta Pflug.

     Os vidrinhos coloridos recheados com geléias perfeitas, bem acabadas, de frutas as mais variadas como jabuticaba, bergamota, pêssego e tantas outras, somados aos potes transparentes de compota de abóbora e muitas mais, eram a contribuição de Juracema Oliveira.

     Sua filha, Elisabete Oliveira, herdeira das mãos-de-fada da mãezinha Juracema, contribuía com tortas fantásticas, recheadas com cremes suaves, verdadeiras iguarias delicadas e apetitosas.

     Os papos-de-anjo divinos, os pudins-de-clara com ameixas escuras reluzentes, as compotas de ambrosia e doce-de-laranja perfeitos, eram as maravilhas ofertadas por Valderez Gil.

     A famosa torta Maria Elisa, formada por inumeráveis camadas de puro encantamento, entre outros manjares que ainda deleitam o espírito, eram concedidos por Neida Barros.

     Os biscoitinhos apetitosos, eram a especialidade de Lúcia P. Lima.

     Os kup-kaques disputados por todos, eram a gostosa contribuição de Marli Garibaldi.

     Por ocasião da construção da nova sede, com a necessidade de recursos para o término da obra, surgiu a idéia de ofertármos estas delicías para o grande público de trabalhadores e da comunidade em geral, em troca de valores amoedados.

     Faríamos uma Feira de Doces.

     Todas as senhoras foram convidadas e doaram suas preciosidades culinárias que foram ofertadas por valores justos, em fatias, pedaços, por inteiro, conforme a escolha de cada cliente.

     Obtivemos uma renda fantástica ! A Feira de Doces foi um tremendo sucesso, e permanece até hoje, sempre aguardada por todos.

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